terça-feira, 13 de outubro de 2009

Hahaha, o fessô caiu!

Neste mês do professor, o fato mais marcante foi uma gloriosa queda que tive. Isso mesmo, apesar de ter sido um tombo foi glorioso porque me fez pensar melhor sobre a minha relação com os meus alunos. No intervalo para o recreio eu tentei saltar uma faixa de grama do jardim da escola e não havia percebido que colocaram uma pequena cerca de 20cm de altura em volta do jardim. Quando tentei saltar o meu pé ficou preso nesta cerca e caí, desastrosamente, cravando as unhas no gramado, mas sem maiores consequências. Levantei-me e estava pronto pra continuar o meu caminho quando percebi que alguém havia visto o tombo. Lamentei. Era um aluno da quinta série (1º ano do 2º ciclo) que me dava muito trabalho durante as aulas. Ele simplesmente não se simpatizou comigo desde que pisei na sala pela primeira vez. E agora? Pensei por alguns instantes em repreender o aluno, mas não resisti porque a cena foi realmente hilária. "Entrei na onda" e comecei a rir. Rimos juntos e depois peguei o aluno e o joguei na grama também e foi muito divertido. O intervalo prosseguiu e o dia transcorreu sem problema algum. Ao voltar à turma deste aluno alguns dias depois, pois dou apenas uma aula por semana, continuamos rindo e o aluno contou sobre o acontecido pra turma toda. A turma estava toda atenta e prestavam atenção em cada detalhe da história e também assistiam às minhas reações.O mais surpreendente é que depois de tudo, ao recomeçar a aula, o aluno tirou um caderno da mochila e resolveu fazer a atividade proposta para o dia. Aprendi, com isso, que a afetividade aproxima o aluno do professor e conseqüentemente e maravilhosamente, aproxima o aluno do interesse por aquilo que aquele homem de carne e osso que cai, ri e chora tem pra dizer a ele.(foto: visita ao CEU-UFMG)

1 comentários:

Regina Maria de Souza Moraes disse...

Olá, professor.
Hoje me deliciei com seu blog e revivi muitas coisas de minha longuíssima carreira de 40 anos de magistério.
Mas todo anos e toda turma nova as histórias como a sua se repetem mais ou menos do mesmo jeito.
Mas digo com o coração, você descobriu uma chave de ouro para a educação dos tempos atuais: a afetividade, a paciência. Essas duas virtudes têm sido meus pilares de sustentação e raramente falham. Se falham é porque eu não tive bastante sensibilidade para notar um pequeno detalhe ou outro.
A gente grita, bate na mesa, esmurra armários, mas sobretudo a gente ama.
Gostei do seu blog e do educador que está nascendo.
Um abraço
Regina Maria- técnica pedagógica do NTE BETIM